segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

7º ano - A Moça Tecelã Marina Colasanti

A Moça Tecelã


"Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.

Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.
— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.

Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte."


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Marina Colasanti (Sant'Anna) nasceu em 26 de setembro de 1937, em Asmara (Eritréia), Etiópia. Viveu sua infância na Africa (Eritréia, Líbia). Depois seguiu para a Itália, onde morou 11 anos. Chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro, onde reside desde então.
Possui nacionalidade brasileira e naturalidade italiana.Entre 1952 e 1956 estudou pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. Nos anos seguintes, atuou como colaboradora de periódicos, apresentadora de televisão e roteirista.Ingressou no Jornal do Brasil em 1962, como redatora do Caderno B, desenvolveu as atividades de: cronista, colunista, ilustradora, sub-editora, Secretária de Texto. Foi também editora do Caderno Infantil do mesmo jornal. Participou do Suplemento do Livro com numerosas resenhas.No mesmo período editou o Segundo Tempo, do Jornal dos Sports. Deixou o JB em 1973.Assinou seções nas revistas: Senhor, Fatos & Fotos, Ele e Ela, Fairplay, Claudia e Jóia.Em 1976 ingressou na Editora Abril, na revista Nova da qual já era colaboradora, com a função de editora de comportamento.De fevereiro a julho de 1986 escreveu crônicas para a revista Manchete.Deixa a Editora Abril em 1992, como editora especial, após uma breve permanência na revista Claudia, tendo ganho três Prêmios Abril de Jornalismo.De maio de 1991 a abril de 1993 assinou crônicas semanais no Jornal do Brasil.De 1975 até 1982 foi redatora na agência publicitária Estrutural, tendo ganho mais de 20 prêmios nesta área.Atuou na televisão como entrevistadora de Sexo Indiscreto - TV Rio, ee entrevistadora de Olho por Olho - TV Tupi.Na televisão foi editora e apresentadora do noticiário Primeira Mão -TV Rio, 1974; apresentadora e redatora do programa cultural Os Mágicos -TVE, 1976; âncora do programa cinematográfico Sábado Forte -TVE, de 1985 a 1988; e âncora do programa patrocinado pelo Instituto Italiano de Cultura, Imagens da Itália- TVE, de 1992 a 1993.Em 1968, foi lançado seu primeiro livro, Eu Sozinha; desde então, publicou mais de 30 obras, entre literatura infantil e adulta. Seu primeiro livro de poesia, Cada Bicho seu Capricho, saiu em 1992. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, por Rota de Colisão (1993), e o Prêmio Jabuti Infantil ou Juvenil, por Ana Z Aonde Vai Você?. Suas crônicas estão reunidas em vários livros, dentre os quais Eu Sei, mas não Devia (1992) que recebeu outro prêmio Jabuti, além de Rota de Colisão igualmente premiado.Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Dentre outros escreveu E por falar em amor; Contos de amor rasgados; Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Zooilógico, A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frente, O leopardo é um animal delicado, Gargantas abertas e os escritos para crianças Uma idéia toda azul e Doze reis e a moça do labirinto de vento. Colabora, atualmente, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna com quem teve duas filhas: Fabiana e Alessandra.Em suas obras, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, sempre com aguçada sensibilidade.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

7º ano -BIOGRAFIA Meu autor preferido

Moacyr Jaime Scliar

nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, bairro que até hoje reúne a comunidade judaica, a 23 de março de 1937, filho de José e Sara Scliar. Sua mãe, professora primária, foi quem o alfabetizou.
Em 1955, passou a cursar a faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS), onde se formou em 1962. Em 1963, inicia sua vida como médico.
Publica seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”, em 1962. A partir daí, não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo o romance, a crônica, o conto, a literatura infantil, o ensaio, pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários.
Em 1968, publica o livro de contos "O Carnaval dos Animais", que o autor considera de fato sua primeira obra.

Em 31 de julho de 2003 foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a Academia Brasileira de Letras.
O escritor faleceu no dia 27/02/2011, em Porto Alegre (RS), vítima de falência múltipla de órgãos. 

 

Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretas, nasceu no estado de Goiás (Goiás Velho) em 1889. Filha de Jacinta Luíza do Couto Brandão Peixoto e do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães.
Em 25 de novembro de 1911 deixa Goiás indo morar no interior de São Paulo. Volta para Goiás em 1954, depois de 45 anos.
Cora Coralina era chamada Aninha da Ponte da Lapa. Tendo apenas instrução primária e sendo doceira de profissão.Publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade. Ficou famosa principalmente quando suas obras chegaram até as mãos de Carlos Drummond de Andrade, quando ela tinha quase 90 anos de idade.

Sua obra se caracteriza pela espontaneidade e pelo retrato que traça do povo do seu Estado, seus costumes e seus sentimentos.

Faleceu em 10 abril de 1985 em Goiânia.




Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, mas seus pais imigraram para o Brasil pouco depois. Chegou a Maceió com dois meses de idade, com seus pais e duas irmãs. Aos oito anos, perdeu a mãe.

Em 1939 Clarice Lispector ingressou na faculdade de direito, formando-se em 1943. Trabalhou como redatora para a Agência Nacional e como jornalista no jornal "A Noite". Casou-se em 1943 com o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem viveria muitos anos fora do Brasil. O casal teve dois filhos, Pedro e Paulo, este último afilhado do escritor Érico Veríssimo.

Seu primeiro romance foi publicado em 1944, "Perto do Coração Selvagem". No ano seguinte a escritora ganhou o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras. Dois anos depois publicou "O Lustre".


Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.

 Em 1956, Clarice Lispector escreveu o romance "A Maçã no Escuro" e começou a colaborar com a Revista Senhor, publicando contos.

 Em 1960 publicou seu primeiro livro de contos, "Laços de Família", seguido de "A Legião Estrangeira" e de "A Paixão Segundo G. H.", considerado um marco na literatura brasileira.

Em 1967 Clarice Lispector feriu-se gravemente num incêndio em sua casa, provocado por um cigarro. Sua carreira literária prosseguiu com os contos infantis de "A Mulher que matou os Peixes", "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres" e "Felicidade Clandestina".


Clarice Lispector morreu de câncer, na véspera de seu aniversário de 57 anos.


Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.

Fernando Pessoa



Poeta português, Fernando Antonio Nogueira Pessoa, nasceu em 1888, em Lisboa, e morreu nessa mesma cidade em 1935. Filho da pequena burguesia lisboeta, cresceu em Durban (África do Sul) frequentando mais tarde a Universidade de Capetown. Foi o inglês sua segunda língua materna e teve depois dificuldades em reencontrar-se na vida portuguesa. Em Lisboa, logo abandonou os estudos, dedicando-se a vastas leituras de filosofia e poesia. Levou vida modesta, complementando sua renda pela confecção de horóscopos nos quais acreditava. 

 Suas primeiras poesias somente foram publicadas em 1915 na revista "Orfeu". Muitas delas ficaram durante sua vida inéditas pois, em vida, seu talento era apenas reconhecido pelos círculos limitados da boêmia literária de Lisboa. Fernando Pessoa é crescentemente reconhecido como o maior poeta português desde Camões.


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                                    Luís Fernando Veríssimo

               Luis Fernando Veríssimo nasceu em 26 de setembro de 1936 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. É o escritor que mais vende livros no Brasil.O trabalho do autor também é conhecido na TV, que adaptou para minissérie o livro Comédias da Vida Privada. O programa recebeu o prêmio da crítica como o melhor da TV brasileira.
              Filho do escritor Érico Veríssimo e Mafalda Verissimo. De 1943 a 45, Érico morou com a família nos Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Berkeley, na Califórnia.
              Ao retornar ao Brasil, em 1956, começou a trabalhar na editora Globo de Porto Alegre, em 1962 transferiu-se para o Rio de Janeiro onde exerceu as atividades de tradutor e redator de publicações comerciais.
De volta a Porto Alegre em 1967, Luis Fernando começou a trabalhar como copydesk do jornal Zero Hora e como redator de publicidade.
Em pouco tempo já mantinha uma coluna diária, que o consagrou por seu estilo humorístico e uma série de cartuns e histórias em quadrinhos. O primeiro livro, "O popular", de crônicas e cartuns, foi publicado em 1973.
Atualmente, o autor escreve para os jornais Zero Hora, O Estado de São Paulo e O Globo. Criou personagens As Cobras, cujas tiras de quadrinhos são publicadas em diversos jornais.
            Em 1995, o livro O Analista de Bagé, lançado em 81, chegou à centésima edição. Algumas de suas crônicas foram publicadas nos Estados Unidos e na França em coletâneas de autores brasileiros.

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Carlos Drummond de Andrade

Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social.

Na poética de Carlos Drummond de Andrade, a expressão pessoal evolui numa linha em que a originalidade e a unidade do projeto se confirmam a cada passo.

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas.

Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.

Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.






sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

7º ano- Verbo

   Visite o site e descubra os verbos .Treine brincando!

http://www.conjuga-me.net/

 

Conjugação do verbo "competir".

Diferentemente do que muita gente pensa, o verbo “competir” tem conjugação completa. A primeira pessoa do singular do presente do indicativo é mesmo “eu compito” (“tu competes, ele compete...”), portanto o presente do subjuntivo é “que eu compita, que tu compitas, que ele compita, que nós compitamos, que vós compitais, que eles compitam”.

 

Quantas palavras existem em nosso idioma?

A última edição do “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, da Academia Brasileira de Letras, traz quase 390 mil palavras.

 

Atividade Verbo

O girassol

O girassol de minha rua,
Numa noite sem dormir,
Numa noite muito escura,
Viu a lua sorrir.

O girassol ficou gira,
e gira, gira que gira.
mas de noite, não de dia.

A noite ele se encanta,
enfeita-se, dança e canta.
E a lua tambem enfeitiçada
faz capricho de namorada.

O girassol de minha rua
agora virou giralua ...
1.Identique os verbos presentes no poema.

8º ano -sujeito e predicado: Esclarecendo Dúvidas

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

8º ANO (A e B) Linguagem e Interação- Linguagem Coloquial /Informal X Linguagem Culta/Formal


7º ANO Linguagem e Interação-Tampouco ou tão pouco?

Vejamos os exemplos:

a) Como você chegou aqui em tão pouco tempo?
b) Não queria ir ao cinema, tampouco você!
c) Não gostei do espetáculo, tampouco das interpretações!

Observando as orações acima, devemos usar:

Tampouco quando queremos significado de “também não” ou “nem”.

Tão pouco quando significar “muito pouco”, “curto”, “pouca coisa”, “algo pequeno”, “escasso”. Tem relação com medida de tempo, de valor, de quantidade etc. Observe:

Ele gastou tão pouco para comprar o sapato, que deu até para comer uma pizza depois do shopping! (valor)

Na nossa cidade choveu tão pouco que teve algumas queimadas. (quantidade)

Estudei tão pouco que não sei se consigo fazer a prova! (quantidade)

Estou aqui há tão pouco que ainda não vi sua mãe! (tempo)

Importante: O termo “pouco” acompanha e concorda com o substantivo em gênero e número quando se refere ao mesmo. Veja:

Vocês ficaram tão poucos dias que não deu para conversarmos o suficiente!
Tinha tão poucas pessoas no evento... mas foi muito bom termos ido!
Dúvida esclarecida!

DESAFIO- 7° ANO ( A e B)

Encontre na imagem
1.substantivos
2.adjetivos
3.verbo
4.uma palavra que , de acordo com o novo acordo ortográfico , está errada.
5.uma palavra que pode ser um substantivo ou adjetivo

Bom Trabalho!Vamos ver quem vence?!

Espero o resultado na quinta-feira!!!

AULA 06 - 6º ano Poesia Viva



Proposta de Trabalho

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AULA 04 -8ºano Revisando Orações e Períodos




AULA 04 - 7º ano Relato Pessoal


                                            Elefantes
         Meu primeiro dia na escola foi bem ruim. Hoje em dia as crianças não sabem direito como é o primeiro dia em que a gente entra na escola. Elas começam muito pequenas, com três anos estão no maternal. Comigo foi diferente. Eu já era meio grande. Tinha seis anos.
        Imagine. Seis anos. Quer dizer que, desde que eu nasci, até ter seis anos, eu ficava em casa. Sem fazer nada. Brincava um pouco. Mas meus irmãos eram muito mais velhos, e criei o costume de brincar sozinho. Era meio chato.
        Até que chegou o dia de entrar na escola. Minha mãe foi logo avisando.
        __ Olha, Marcelo. Lá na escola, não pode ficar falando palavra feia. Bunda, cocô, xixi. Não usa essas palavras.
        Tocaram a buzina. Era o ônibus da escola.
        Eu estava de uniforme. Calça curta azul, camisa branca.
        Eu tinha uma camisa branca que me dava sorte. Era uma com uma pintinha no colarinho. Gostava daquela pintinha preta. Mas no primeiro dia de aula justo essa camisa tinha ido lavar. Fui com outra. Que não dava sorte.
        Bom, daí a aula começou, teve recreio, eu não conhecia ninguém, tirei um sanduíche da lancheira, o lanche sempre ficava com um gosto de plástico por causa da lancheira, mas eu não sabia disso ainda, porque era a primeira vez que eu usava lancheira, então tocou o sinal e fui de novo para a classe.
       Até que deu certo no começo. A professora explicou alguma coisa sobre elefantes. Falou que eles tinham dentes grandes, e que esses dentes eram muito valiosos.
      Então ela perguntou:
      __ Alguém sabe qual o nome dos dentes do elefante?
      Vai ver que ela queria perguntar: “Qual o material precioso que é tirado das presas do elefante?”.
      O fato é que eu sabia a resposta, e gritei:
     __ O marfim!
     A professora me olhou muito contente. Os meus colegas também me olharam, mas não pareciam tão contentes.
     Ela brincou:
     ___ Puxa, você está afiado, hein?
     Eu não respondi, mas fiquei inchado de alegria, como se fosse um elefantezinho. Dentes afiados.
     Tinha sido um bom começo.
     Mas aí vieram os problemas.
     Fui ficando com a maior vontade de fazer xixi.
     Segurei.
     A professora continuava a falar sobre os elefantes.
     Assunto mais louco para um primeiro dia de aula. E a vontade de fazer xixi ia aumentando. Cruzar as pernas não adianta nessa hora. Olhei para um coleguinha no banco da frente. Tive inveja dele. Ele estava ali, tranquilo. Sem nenhum aperto. Como é que seria estar no lugar dele? Pedir para ser ele, pedir emprestado o corpo dele por algum tempo? Como alguém pode ficar sem vontade de fazer xixi? Sem nem pensar no problema?
     Eu estava ficando meio desesperado. Eu era meio tímido também. Levantei a mão. A professora perguntou o que eu queria.
     __Posso ir no banheiro?
     __Espere um pouco, tá?
     Ela devia estar achando muito importante aquela história toda sobre elefantes. Começou a explicar como os elefantes bebiam água. Eles enchiam a tromba, seguravam bem, e daí chuáá...
     Levantei a mão de novo.
     __Preciso ir no banheiro, professora...
     Ela nem respondeu. Fez só um gesto com a mão. Para eu esperar mais.
     Na certa, ela estava pensando que, no primeiro dia de aula, é importante não facilitar. Não dar moleza. Devia imaginar que todo mundo inventa que quer ir ao banheiro só para passear um pouco e não ficar ali assistindo aula.
     Professora mais idiota.
     Levantei a mão pela terceira vez.
     Eu realmente não aguentava mais.
     Só que a professora nem precisou responder.
    Tinha tocado o sinal. Fim da aula.
    Era só correr até o banheiro.
    Levantei da carteira. A gente era obrigado a sair em fila.
    Faltava pouco.   
    Claro que não deu.
     Fiz xixi. Dentro da classe.
    Logo eu, que nunca fui de fazer grandes xixis. Mas aquele foi fenomenal. Parecia um  elefante. Coisa de fazer barulho no chão. Chuáá...
     A professora chegou perto de mim.
    __ Você estava apertado? Por que não me avisou?
    Eu não soube o que responder. Mas entendi algumas coisas.
    A coisa mais óbvia é que, quando você tem vontade de fazer xixi , vai e faz. Dane-se a professora. Coisa mais idiota é ficar pedindo para alguém deixar a gente ir ao banheiro. Banheiro é assunto meu.
    Outra coisa é que as pessoas, em geral, não ligam para o que a gente está sentindo. Para  mim, a vontade de fazer xixi era a coisa mais importante do mundo. Para a professora, a coisa mais importante do mundo era ficar falando de elefantes.
     É como se cada pessoa tivesse um filme dentro da cabeça. E só prestasse atenção nesse filme. Filme dos elefantes, filme do xixi. Mais uma coisa. Quando a gente precisa muito, a gente tem de gritar para valer. Eu devia
ter gritado:
    __Professora, tenho de fazer xixi.
    Ou, se quisesse evitar a palavra feia:
    __Professora, tenho absoluta urgência de urinar.
    Não seria bonito, mas até que seria certo dizer:
    __Vou dar uma mijada, pô.
    Mas o pior é ficar levantando a mão e dizendo baixinho:
    __Professora, posso ir no banheiro?
    Vai ver que eu estava falando tão baixo que ela nem escutou.
    As pessoas nunca escutam muito bem o que a gente diz. Uma última coisa.
Aquele xixi não teve importância nenhuma. Eu fiquei envergonhado. Ainda mais no primeiro dia de aula. Só que, alguns dias depois, o vexame tinha passado. Tudo ficou normal. Tive amigos e inimigos na classe, fiz lição, respondi chamada, e nem a professora, nem meus amigos, nem meus inimigos, ninguém se lembrou do meu xixi.
     Sabe por quê? É por que já estava passando outro filme na cabeça deles. Cada pessoa tem outras coisas em que pensar: a briga que os pais estão tendo, o irmão mais velho que é chato, o presente que vai ganhar de aniversário...
      Só eu liguei de verdade para o caso do xixi. As outras pessoas estão sempre tratando de assuntos mais sérios. Elefantes, por exemplo.
                                                                                                                     Coelho, Marcelo. A professora de desenho. São Paulo: Companhia das Letrinhas,1995.

1.Essa história é narrada em primeira pessoa.

a)Qual a primeira palavra que indica isso?
b)Que experiência o personagem nos conta logo no primeiro parágrafo?
c)No decorrer do texto ,o narrador vai contando seus sentimentos em relação ao primeiro dia de aula .Liste alguns desses sentimentos.
d)Por que ,segundo o narrador, a professora não o deixou ir ao banheiro?
e) O professor deve ou não permitir que os alunos saiam da classe para ir ao banheiro durante as aulas?
( sim)      (não)

2. Um fato marcante
 Agora você vai produzir um texto sobre o seu primeiro dia de aula na escola, ou narrar um fato marcante com você na escola. Organize seu texto.